João Calvino – Textos Escolhidos

FARIA, Eduardo Galasso (Org.). João Calvino: textos escolhidos. Trad. Claude Emmanuel Labrunie, Eduardo Galasso...

FARIA, Eduardo Galasso (Org.). João Calvino: textos escolhidos. Trad. Claude Emmanuel Labrunie, Eduardo Galasso Faria e Maria Antonieta Mota Kanji. São Paulo: Pendão Real, 2008

Ler João Calvino sempre foi para mim um grande prazer. Lembro-me do primeiro texto dele que ganhei, num distante 1992… 

Este livro que ora termino também foi um gentil presente. Trata-se de seleção de textos, editada pela Editora Pendão Real. Nela, encontramos 2 prefácios à Bíblia (1535 e 1546), a Instrução de Fé ou Catecismo de João Calvino (1537), a Epístola de Calvino ao Cardeal Tiago Sadoleto (1540), o Pequeno Tratado da Santa Ceia (1541), suas Ordenanças Eclesiásticas (1541), o Acordo de Zurique de 1549, também conhecido por Consensus Tigurinus, e uma excelente cronologia da vida do teólogo.

Calvino é sempre encarado como um grande desafio. É visto em dois extremos que em nada colaboram para a compreensão da sua obra. 

Por um lado, é tido como sombrio, fatalista, cruel, gélido, fanático, reacionário e violento. 

Do outro, seus escritos são tidos como infalíveis, inquestionáveis, incontestáveis, supremos. Nenhuma dessas leituras faz sentido para mim. Nunca fizeram.

Calvino é colorido, luminoso, repleto de devoção, esperança, gratidão e ordem. 

Claro que é um teólogo sério! Mas não é demoníaco e nem divino. 

Lê-lo é me aproximar dos fundamentos básicos da fé, da simplicidade da mensagem, como se estivesse ouvindo ensinamentos de um pai (ou avô). 

Calvino é simples e profundo, não se perde em especulações enfadonhas, escreve sobre o dia a dia da vivência na fé, é um verdadeiro arco-íris. 

Não tem a cólera de Lutero e não é tedioso como Melanchton. É o pastor, o professor, o conselheiro. 

Calvino, grande erudito, um dos maiores teólogos de todos os tempos, era uma pessoa devota, dedicada, humilde, bondosa, preocupada em transmitir o Evangelho da Graça, a salvação em Jesus, a majestade de Deus. 

Claro, os calvinistas que lhe sucederam o transformaram num deus incontestável (haja paciência para os ferrenhos TULIPeiros!). E seus detratores, num insensível e desumano carrasco. Não, não! 

Talvez o meu prazer em lê-lo esteja exatamente na minha total tranquilidade em discordar dele inúmeras vezes, sem que isso me repila. 

E essa minha liberdade de não concordar com ele me dispensa da função de ser seu advogado, coisa que a maioria dos teólogos brasileiros prefere ser do que realmente tentar entender o que ele escreveu. 

Estou em paz com Calvino, sempre estive, na verdade. 

Vejo o peso que isso causa em amigos, a frustração, a infelicidade, tudo derivado desse 8 ou 80. 

Convido os interessados a lerem Calvino, sem preconceitos, de coração aberto, sabendo que discordar é natural e saudável. Conheçam o humilde pastor francês que mudou a face do ocidente. Creio que a recompensa será imensurável!

 

Rodrigo Matiniano Tardeli, membro da IPI de Muzambinho, MG, e aluno da FATIPI

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