Diálogos de Esperança realiza primeira live do ano e reforça a identidade cristã fundamentada na esperança
A Esperança é mais do que um tema teológico, social, econômico ou psicológico. Ela faz parte da identidade de todo cristão genuíno. E isso tem implicações não somente espirituais, mas também sociais, econômicas e psicológicas.
Por isso, este foi o assunto escolhido para inaugurar a quinta temporada do Diálogos de Esperança, no dia 01 de abril. Inspirado na matéria de capa da revista Ultimato (edição 412), “Como vivem os que têm esperança” foi o título da live conduzida por Claudia Moreira e Valdir Steuernagel. Os entrevistados foram Cynthia Muniz Soares (bióloga, mestre em saúde pública, teóloga, especialista em teologia do Novo Testamento e pastora anglicana) e Cacau Marques (pastor batista e participante do podcast Bibotalk).
Os entrevistados concordaram que o cerne da Esperança cristã não ignora a realidade; ao contrário, ele dá um sentido mais profundo e eterno ao que vivemos no mundo hoje. “Somos definidos (ou, pelo menos, deveríamos ser) pela esperança. Ela nos ajuda a lidar a partir de nossa realidade”, disse Cynthia.
Otimismo x Esperança
Uma das diferenciações feitas foi entre otimismo e esperança. Cacau lembrou que o otimismo necessita de sinais positivos para crescer, mas a esperança, não. “O otimismo não lida bem com a realidade do mal, mas a esperança, sim”, explicou Cynthia. “Não havendo outros sinais, sejam nós os sinais de esperança. Somos sinais mesmo quando não há nenhum sinal em volta”, disse Cacau. Do público que assistiu à live, veio o comentário de Ismael Rosa: “Essa questão dos sinais é muito interessante. A igreja é um sinal no presente de uma esperança futura. Que possamos construir comunidades que encarnem na imanência da história a esperança eterna!”
Como cultivar esperança a partir da igreja local
Cynthia e Cacau foram unânimes na compreensão do papel fundamental das igrejas locais em compartilhar, fortalecer e trazer luz ao senso de esperança na sociedade. Afinal, a esperança cristã é comunitária. Claudia lembrou que um aspecto da esperança cristã é a encarnação, ou seja, viver plenamente no hoje o amanhã. “Para isso precisamos ter coragem, porque a esperança é ativa, não passiva”, disse Claudia.
Mas como fazer isso?
Cynthia acredita que isso pode acontecer por meio de 1) uma liturgia rica e com significado, 2) uma teologia que aponte, de fato, para o futuro glorioso de Deus, 3) uma imaginação que nos ajude a ler as Escrituras, 4) uma espiritualidade que nos conduza à esperança ativa e 5) a prática cotidiana das disciplinas espirituais. Cacau reforçou o item relacionado à liturgia mencionado por Cynthia. “A liturgia cristã vai se formando no decorrer da história também como uma manutenção da esperança”. Enquanto Cristo não volta, vamos celebrando e reforçando a esperança de sua vinda e do cumprimento dos seus propósitos.
“Eu acho que estamos passando por uma crise da esperança no empobrecimento litúrgico profundo. Ao invés de ser uma expressão de um povo diante do seu Deus, partindo dos afetos mais profundos por esse Deus, transformamos os nossos encontros em uma execução profissional para que outros compareçam numa experiência muito presente em qualquer outro ambiente assim. Falta este lastro da tradição neste sentido”, analisou Cacau. Valdir acrescentou que a liturgia é uma semente de esperança, mas que hoje temos muito mais performances do que liturgias em nossos cultos.
Por fim, Valdir cunhou uma frase sobre a temporalidade da esperança:
“Dizem que a esperança é a última que morre. Mas, na perspectiva cristã, a esperança nunca morre”.
Próxima live
A próxima live do Diálogos de Esperança está marcada para o dia 29 de abril, às 19h, no canal da Ultimato no Youtube. O tema está relacionado à série “Adolescência” e os desafios da igreja e dos pais.
Como assistir à live sobre esperança?
– No Youtube da Ultimato
– No Spotify da Ultimato.
O que é Diálogos de Esperança
São lives mensais ancoradas por Claudia Moreira e Valdir Steuernagel.
Iniciado em 2020, no período da pandemia, o projeto tem como objetivo promover, entre os cristãos, diálogos profundos, desafiadores e construtivos sobre temas atuais – sempre apontando para a Esperança.
Parceiros: Aliança Evangélica, Editora Ultimato, Tearfund, Visão Mundial e Vida&Caminho.