“Nos concílios há sabedoria”

A realização da 63ª Assembleia Geral Extraordinária foi só o começo de uma longa jornada de aprimoramento na estrutura da IPI do Brasil

O sistema de governo presbiteriano é conciliar, ou seja, tem nos concílios (assembleias eclesiásticas) uma espécie de espinha dorsal do seu jeito de liderar. É o que confirma o presidente da Assembleia Geral (AG) da IPI do Brasil, o Rev. Sérgio Gini: “nós, como igreja conciliar, como igreja presbiteriana, nós entendemos que a sabedoria está nos concílios. E Deus ilumina os conciliares”, afirmou ele.

 

UNIDADE

A IPI do Brasil realizou a sua 63ª Assembleia Geral (desta vez, em caráter extraordinário) nos dias 06, 07 e 08 de novembro, em Londrina, PR, reunindo cerca de 200 representantes dos 62 presbitérios espalhados pelo país.

“A AG foi um momento extremamente importante para a vida da igreja. Tivemos uma unidade de pensamento, uma unidade de propósitos na aprovação das matérias, na aprovação das propostas, e conseguimos vencer a pauta e com sobra ainda de horário. Então, terminamos antes do prazo, o que demonstrou também a maturidade dos conciliares em poder participar dos debates, entender os projetos. Essa percepção pastoral daquilo que Deus quer para a sua igreja foi algo muito importante”, ressalta o Rev. Gini.

 

PARTICIPATIVA

O Rev. Gini destacou ainda o caráter participativo da AG:

“As matérias que foram aprovadas ou as que foram rejeitadas, nós entendemos que todas elas tiveram a orientação de Deus. Então, isso é um ponto bastante importante. A AG foi muito participativa. Todos os presbitérios participaram. Então, isso significa também que houve presença de todos os concílios da igreja, um grande número de conciliares e um envolvimento nas adorações, nas devocionais. Um envolvimento bem efetivo do pessoal”.

 

“O FIM É SÓ O COMEÇO”

O secretário geral da AG, Rev. Wellington Camargo, destaca que “mesmo parecendo paradoxal, o fim da AG marca o começo de um longo caminho na implementação dessas mudanças agora aprovadas na AG”. Ele lembra que ainda há pontos da reforma constitucional que devem ser submetidos e aprovados pelos 62 presbitérios. “Somente depois de homologados é que as mudanças, finalmente, começar a valer”. A seguir, Camargo lista sete pontos de destaque relacionados ao trabalho realizado e aos desafios que virão:

 

(1) A Reunião da Assembleia Geral da IPIB em Londrina

Mais de 70 pessoas estiveram envolvidas na realização da 63ª Assembleia Geral. Sob a liderança do Presbítero Moisés Barboza e da irmã Jhenyfer Lelis, uma equipe de 25 colaboradores trabalhou diretamente na organização, que foi elogiada por diversos participantes. “A logística do evento rendeu muitos feedbacks positivos. Somos muito gratos a Deus pelo que foi realizado por esta equipe!”, afirmou Rev. Wellington, destacando a dedicação dos envolvidos.

 

Parte da equipe de trabalho

 

(2) Aprovação de diversas melhorias na Educação Teológica da IPIB

A IPIB enfrenta agora o desafio de implementar a nova matriz curricular da educação teológica, aprovada após uma análise dos 10 anos do sistema de ensino da denominação, iniciado com a criação do EAD-FATIPI. As mudanças, que buscam aprimorar a formação teológica dos pastores, incluem uma maior ênfase nas práticas ministeriais e a introdução de um curso com atividades presenciais. As novas diretrizes devem ser implementadas a partir de 2027.

 

(3) Reestruturação administrativa nos trabalhos do Escritório Central

O Escritório Central da IPIB em São Paulo também passará por reestruturações. Ao longo de 2026, as áreas administrativas e ministeriais serão ajustadas para melhorar os serviços prestados aos concílios da IPIB (Sínodos, Presbitérios e Igrejas Locais). Novos processos de tomada de decisões operacionais serão implementados a partir do novo Comitê Administrativo, coordenado pelo Secretário Geral e supervisionado pelo Presidente da AG, se incumbirá de operacionalizar as decisões da AG e da Comissão Executiva. Outras adequações serão aplicadas, como novas nomenclaturas de funções. O próprio Secretário Geral passará a ser designado como Secretário Executivo.

 

(4) Ampliação da Comissão Executiva (em processo de aprovação)

A Comissão Executiva da Assembleia Geral (COMEX), que é o órgão que se reúne algumas vezes durante o ano, entre uma Assembleia Geral e outra, para deliberar temas importantes para a IPIB será ampliado: passará de 17 representantes de Sínodos para 62 representantes dos Presbitérios, tornando-se assim quatro vezes mais representativa. Essa mudança visa fortalecer a conexão da IPIB com suas bases, permitindo uma atuação mais ágil e próxima das necessidades dos mais de 80 mil membros da denominação.

 

(5) Importante destacar: ainda há pendências que dependem de aprovação para posterior homologação. Só assim poderão ser ou não implementadas

Parte das decisões da AG (que são de natureza constitucional), ainda será submetida aos presbitérios para votação e aprovação. Somente após a possível homologação é que essas mudanças poderão ser implementadas como novas diretrizes na IPIB. Por exemplo: a nova formação da COMEX, citada anteriormente.

 

(6) Aprimoramentos nas estruturas administrativa e ministerial

A Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, através da AG, aprovou reformulação em suas devidas estruturas administrativa e ministerial, além da implementação de novos processos ministeriais com vistas à capacitação para melhor atender as diversas necessidades das igrejas locais e presbitérios. As mudanças buscam fortalecer os ministérios locais, com sensibilidade às muitas distintas características locais de cada IPI espalhada pelo Brasil. Temos ainda um enorme desafio de avançar na evangelização, no discipulado e na capacitação dos membros para servirmos melhor nosso Senhor Jesus Cristo em nossa nação. Entre as novidades, destaca-se a nova Secretaria da Família:  em um mundo cada vez mais pluralizado e complexo, somos chamados a sermos discípulos de Jesus onde estivermos e a IPIB, como denominação, precisa ser auxiliadora das igrejas locais nessa caminhada.

 

(7) Última Reunião da COMEX em 2025

Neste ano ainda, realizaremos uma nova reunião da Comissão Executiva (por hora, com o formato atual da COMEX, com representantes dos Sínodos). A expectativa é que essa reunião, além de deliberar sobre o orçamento de 2026, também tomará algumas decisões neste processo de mudanças e ajustes que estamos iniciando.

 

“Diante das muitas boas novidades previstas para 2026, contamos com as orações de toda a igreja, pois temos muito trabalho pela frente e precisamos continuamente da sabedoria de Deus para sermos bem-sucedidos!”, afirmou o Rev. Wellington Camargo, enfatizando a importância do apoio e orações durante o processo de implementação das decisões.

 

Nota do editor: Texto editado e alterado em 14 de novembro de 2025, às 08h15.

 

Crédito das fotos: Paulo Povedano, Yuri Aquino, Rebeca Santos e Maria Eduarda.
Foto de Lissânder Dias

Lissânder Dias

Membro da 2a IPI de Maringá, PR, e editor interino de O Estandarte

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