“Seguir Jesus não exige que você mude o mundo, seja especialista em tudo, aceite o fracasso espiritual ou se sinta infeliz sempre”.
Este é o subtítulo do livro do autor Kevin DeYoung denominado “Cristianismo “impossível”, que traz uma reflexão quanto ao desenvolvimento de uma vida cristã que seja saudável e equilibrada à luz das Escrituras Sagradas.
O livro foi publicado no Brasil pela Editora Vida Nova em 2025. Sua publicação original foi em 2023, sob o título: “Impossible Christianity”.
DeYoung é professor no Reformed Theological Seminary, em Charlotte, nos EUA, pastoreando a Christ Covenant Church, em Matthews, Carolina do Norte.
Nesta obra, ele trata da importância de se viver um cristianismo equilibrado diante de um mundo hiperconectado, que tem requerido muitas respostas imediatas e contundentes sobre os mais diferentes temas.
Além disso, duas perspectivas perigosas se opõem diametralmente.
Por um lado, uma vida cristã levada ao seu limite em uma tentativa de tornar o cristão pleno e perfeito em tudo, que resulta, ao invés de uma vida cristã equilibrada, no desenvolvimento de uma vida que mais se parece com uma pista de obstáculos do que uma corrida, conforme o apóstolo Paulo nos indica.
Por outro lado, uma questão legítima também pode ser levantada: como viver uma vida debaixo da graça que recebemos em Cristo, sem que esta resulte em uma vida relapsa, medíocre e aquém daquilo que somos capacitados pelo Espírito Santo?
A maioria dos cristãos tende a viver nos extremos delineados até aqui e acaba por carregar consigo um sentimento de incompletude e, em alguns casos, por até desistir da caminhada da fé.
A pergunta que transpassa esta obra é a seguinte: como viver um cristianismo equilibrado e que glorifique a Deus, direcione as pessoas a Cristo, ao mesmo tempo em que não se é esmagado pelos estigmas que a cultura cristã nos impõe?
A partir desta inquietação, o leitor é guiado a diversos exemplos do cotidiano com a finalidade de uma melhor ambientação, onde facilmente compreende que, por mais que se possa buscar esta completude em todas as ações da vida de maneira perfeita, este pode, ao invés disto, aprender a descansar diante de um Pai Amoroso.
Os capítulos deste livro partem deste problema à medida em que o autor desenvolve seus argumentos a partir dele mesmo como, por exemplo, os obstáculos criados por um cristianismo perfeccionista, ou pelo sentimento que é desenvolvido de que nunca é o suficiente tudo o que faz, ou ainda o peso de um eterno sentimento de culpa e de insuficiência na vida cristã, diante de Deus.
O livro avança com o propósito de levar o leitor a sair de uma vida enfadada no que diz respeito a esta eterna insuficiência para aprender a respeito de um cristianismo possível. Para isto, o autor faz uma análise do Sermão do Monte sobre o discipulado, assim como sobre a necessidade da graça e do perdão com a finalidade de se viver no Reino de Deus, recebendo o seu amor e cuidado.
A linguagem do autor é bem clara, de fácil compreensão. Ao passo em que o leitor é levado a constatar que o fracasso espiritual não é um conformismo barato para se viver uma vida cristã superficial, mas uma constatação de que esta vida pode ser desenvolvida sob este cuidado do Senhor em nós.
Tal afirmação é confirmada na vida do cristão quando ele se lembra de que, no Reino de Deus, fomos chamados a uma vida consciente de nossas limitações ao passo em que dependemos da graça de Jesus para sermos aperfeiçoados, e que este aperfeiçoamento acontecerá no cristão à medida em que ele desenvolve uma caminhada próxima a Cristo e à sua vontade ao longo de sua existência.
Recomendamos esta leitura para você que tem vivido uma compreensão árida do evangelho ao invés de uma “corrida que foi proposta ao cristão”, experimentando uma estrada cheia de obstáculos e desafios resultantes de uma compreensão inatingível de uma vida sustentada nas próprias atitudes humanas com a finalidade de buscar uma perfeição a partir do ser humano, o que tem resultado em uma vida constrangida, legalista, árida e enfadada a caminhar de maneira infeliz e incompleta ao invés de descobrir que este pretenso “fracasso espiritual” nada mais é do que uma constante dependência e descanso no Senhor.







