Como Jesus Caminharia com elas?

É difícil começar uma conversa sobre um tema que cada uma de nós, de certa forma, já tem uma opinião formada: crianças. Meu desafio, nesta coluna, é plantar sementes para reflexão, de que nem sempre, mesmo amando nossas crianças...

MESMO AMANDO PROFUNDAMENTE NOSSAS CRIANÇAS, SERÁ QUE ESTAMOS AS CONDUZINDO COMO JESUS FARIA? NESTA REFLEXÃO, QUESTÕES PRÁTICAS E CULTURAIS, À LUZ DA PALAVRA, PARA APRENDERMOS COM ELAS E RESSIGNIFICARMOS NOSSO PAPEL NA MISSÃO DE ACOLHÊ-LAS E CONDUZI-LAS NO CAMINHO DO SENHOR.

 

É difícil começar uma conversa sobre um tema que cada uma de nós, de certa forma, já tem uma opinião formada: crianças. Meu desafio, nesta coluna, é plantar sementes para reflexão, de que nem sempre, mesmo amando nossas crianças, nós estamos as conduzindo, em nossas igrejas, da forma como Jesus assim o faria. 

Por isso, em meio a assuntos práticos do cotidiano de nossas igrejas e temas da cultura que envolvam a infância, esta coluna se propõe trazer questionamentos à luz da Palavra a respeito de como Jesus faria em nosso lugar, de como Jesus caminharia com as nossas crianças, de como Ele as acolheria, e de como podemos a partir de Jesus conduzir às crianças no caminho do Senhor.

Jesus nos ensinou que o Reino dos Céus pertence às crianças, “porque dos tais é o Reino dos Céus” (Mateus 19.14). Ele também disse: “Em verdade lhes digo que, a não ser que vocês mudem e se tornem como crianças, jamais entrarão no reino dos céus” (Mateus 18.3). 

Estas são verdades claras, mas pouco aprofundadas em nossas igrejas. Fala-se pouco sobre podemos aprender com as nossas crianças, e quais seriam estas qualidades manifestadas nas crianças que motivaram Jesus a usá-las como exemplo. 

Ainda temos, em nossas igrejas, vícios de linguagem que reforçam e colocam as crianças no lugar de puras e ou ingênuas. Não era sobre isto que Jesus falava. Sabemos que todos nós somos pecadores, pois “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). Não é sobre esta condição, mas sim diante desta condição como a criança se comporta.  

Elas são abertas ao mundo, abertas àqueles que as acolhem e as respeitam, abertas à mensagem de Jesus. 

Elas têm a capacidade de ficar no presente, dependendo da idade. Inclusive não conseguem mensurar o tempo. Por isso vivem e sentem melhor o que está a sua volta, e podem aplicar de formas simples os ensinamentos de Jesus. 

Elas são descomplicadas. Têm a capacidade de compreender os mistérios de Deus. A transcendência faz parte do imaginário da criança. Por isso falar sobre Trindade ou contar sobre um milagre é muito mais simples do que apresentar esta mesma mensagem a um adulto.

Os textos bíblicos que falam sobre Jesus com as crianças também revelam a vulnerabilidade do contexto social dos pequenos. A humildade da criança também era uma qualidade exposta por Jesus. Em suas ilustrações. Dan Brewster em seu livro “A criança, a igreja e a missão” (2015) traz a seguinte reflexão: “A qualidade que agradava a Jesus não era só que as crianças não discutem sobre quem é o maior, mas também que este tipo de discussão nem lhes ocorre”.

As crianças se concentram naquilo que lhes é importante e nosso papel como líderes é apresentar a mensagem do evangelho, considerando suas potencialidades e dando espaço para também aprender com elas. 

Elas não são o “futuro da igreja”; elas são o presente. Vivemos uma sociedade adultocêntrica e nossas igrejas transbordam também desta cultura. Quem de nós já discutiu algum assunto ordinário da igreja, que permeia o futuro, estrutura, salas, ou mesmo metodologias com as nossas crianças?

Transformar a cultura de uma igreja para incluir plenamente as crianças é um desafio que exige disposição e abertura. Muitas vezes, nossas práticas priorizam os adultos. O fato de termos programações para as crianças por si só não significa que estamos acolhendo as nossas crianças. Precisamos conduzir reflexões profundas em nossas igrejas sobre como estamos atuando e como podemos melhorar. 

Ao olhar para os textos bíblicos, percebemos que Deus as coloca no centro, seja pelo exemplo do menino que ofereceu seus cinco pães e dois peixes, seja nos momentos em que Jesus as acolhe e as abençoa. Somos chamados a fazer o mesmo, reconhecendo sua importância no presente.

Sabemos que temos realidades distintas em nossas igrejas, famílias que enfrentam desafios econômicos, diferentes configurações familiares, crianças com necessidades específicas e contextos culturais únicos. 

Cada uma dessas realidades exige uma abordagem sensível e inclusiva, adaptada à realidade da igreja. Não existe uma solução única; o desafio é gigante. Precisamos nos unir como comunidade e buscar juntos a melhor forma de acolher todas as crianças com graça e amor. 

Eu, Tabta, enquanto mãe de duas pequenas, pastora, educadora, e coordenadora nacional das crianças da nossa igreja, me coloco à disposição para participar desta reflexão juntos, e faço um convite: venha fazer parte do nosso curso da Coordenadoria Nacional de Crianças, “Crescendo em fé: Conhecendo, amando e conduzindo crianças no caminho”. As inscrições abrirão em breve no site academiavidaecaminho.com.br

 

Rev. Tabta Rosa de Oliveira, pastora da IPI Morumbi, Sorocaba, SP, e coordenadora Nacional de Crianças da IPI do Brasil

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