Compara-se às grandes investiduras do Velho Testamento, como a de Moisés ou Elias; no entanto, superando-as no chamado “Tempo da Graça”, em resultado da Obra de Cristo que se manifestou completa e que inclui a Igreja como porta-voz comissionada pelo próprio Senhor ressurreto.
A palavra de Deus afirma: “ quem aspira ao episcopado, excelente obra aspira” (I Timóteo 3:1). Diz também: “Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas…” (Isaías 52:7). As Escrituras realçam a responsabilidade, a dignidade, a importância e a excelência do ministério da palavra.
A data da comemoração na IPI do Brasil do Dia do Pastor, da Pastora, do Missionário e da Missionária não coincide com as datas de outras denominações que também homenageiam anualmente essas pessoas. A explicação é simples: nós temos a data específica da denominação, que remonta à ordenação do Rev. Eduardo Carlos Pereira. O grande líder inicial da Igreja Presbiteriana Independente foi ordenado em 2 de setembro de 1881 pelo Presbitério do Rio de Janeiro que se reuniu na cidade de São Paulo. Portanto, a cada 2 de setembro nós homenageamos, na nobre figura do Rev. Eduardo, todos os ministros, ministras, missionários e missionárias da IPI do Brasil.

Lembremos aqui de gente tão querida e especial que honrou a sua vocação. Exemplos, dentre outros tantos, de amor e responsabilidade para com o ministério da pregação e do testemunho do Evangelho de Jesus.
Destacamos a figura da missionária Loide Bonfim Andrade (1919-1990). Loide Bonfim era uma jovem muito ativa da Primeira IPI de São Paulo quando Deus a chamou para a obra de testemunho do Evangelho junto às populações indígenas brasileiras. Com o apoio espiritual e material da CERAL (departamento da IPI do Brasil que liderava o ministério das chamadas “forças leigas”), ela foi servir em 1938 na Missão Evangélica Caiuá, centro-oeste brasileiro, onde se tornou uma bandeira da missão entre os povos originários no cuidado e no respeito a tais populações. Nesse tempo havia um quase que total desconhecimento a respeito das matrizes étnicas e culturais desses povos da floresta. Mesmo assim, atuando como evangelista, enfermeira e professora, Loide fez um ministério de grande relevância e sensibilidade. Casando-se depois com o Rev. Orlando Andrade, ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil, Loide e seu esposo marcaram de maneira notável, por décadas, o mistério da Missão Caiuá, retirando-se em 1984 e deixando um legado de amor e compaixão para ser compartilhado com os povos originários brasileiros.

Ryoshi Iisuka (1915-1994) e Mário de Abreu Alvarenga (1928-1996) são outros dois grandes exemplos de fé, coragem e dedicação ministerial. Ryoshi Iisuka foi reconhecido como um herói da Igreja no centro-oeste, comprometido com a implantação de igrejas e a evangelização das pessoas muito simples radicadas nas frentes pioneiras do Brasil rural. Depois, liderou com entusiasmo e eficiência a Junta de Missões da IPI do Brasil e dirigiu a expansão do trabalho missionário denominacional. Mário Alvarenga, por sua vez, foi um batalhador na Amazônia entre as populações ribeirinhas. Ficou conhecido em toda a IPI, dentre outras coisas, por suas viagens pastorais e evangelísticas pelos rios da Amazônia a bordo do célebre barco “Pendão Real” e por suas “Cartas do Amazonas” publicadas no jornal “O Estandarte” (através das quais dava notícias de seu trabalho e desafiava a igreja ao compromisso missionário).

A IPI do Brasil louva ao Senhor da Seara e é muito agradecida aos irmãos e irmãs que ao longo destes mais de 122 anos tem servido a Causa de Cristo com responsabilidade. Pois lembramos aqui das palavras do Apóstolo Paulo:
“Eu sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes. E assim, quanto está em mim, estou pronto para também vos anunciar o evangelho…” (Romanos 1:14-15).