A IPI do Brasil num mundo em transformação

Os dados do último Censo feito pelo IBGE apresentam indicadores de um crescimento expressivo de evangélicos no Brasil, embora em menor ritmo do que antes. Diante da necessidade de se fazer alguns questionamentos sobre a “qualidade” desse crescimento no Brasil...

DEVEMOS TER A CORAGEM DE QUESTIONAR NOSSO PRESENTE E FUTURO COMO DENOMINAÇÃO

Os dados do último Censo feito pelo IBGE apresentam indicadores de um crescimento expressivo de evangélicos no Brasil, embora em menor ritmo do que antes. Diante da necessidade de se fazer alguns questionamentos sobre a “qualidade” desse crescimento no Brasil, temos que pensar internamente a respeito de nossa própria caminhada. 

Ao se analisar as iniciativas das últimas décadas na própria IPI do Brasil, encontramos propostas biblicamente sólidas e que tinham foco no crescimento da Igreja, tanto qualitativo quanto quantitativo, mas como denominação, ao fazermos nosso próprio Censo (IPIB-2024), descobriu-se uma realidade bem diferente. De um lado, tivemos a alegria de constatar alguns resultados positivos concedidos por Deus para algumas IPIs, mas, por outro lado, a denominação passou por um significativo declínio numérico em diversas regiões, e tem enfrentado dificuldades em muitas outras regiões.

Há um considerável interesse, tanto por parte dos oficiais ordenados quanto dos membros das IPIs, em cumprir fielmente a missão que transforma vidas e a sociedade, refletindo o amor de Deus em todas as dimensões da existência humana. Cremos na importância de nossa dedicação para levar as Boas Novas de Cristo Jesus aos que ainda não o reconhecem como Senhor e Salvador, mas, de igual forma, sabemos que o crescimento da Igreja é ação do próprio Senhor (1 Cor 3.6-7).

Diante dessa realidade, devemos ter a coragem de questionar nosso presente e futuro como denominação no Brasil. Ninguém possui uma resposta definitiva, exceto Deus. Podemos e devemos elaborar planos A e B, mas é o Senhor quem confirmará a obra de nossas mãos, pois cremos na soberania do Senhor sobre tudo e sobre todos (Pv 16.1; Tg 4.13-16; Sl 90.17).

Perguntas que precisam ser feitas

É instigante considerar algumas perguntas surgidas durante o Encontro de Presidentes de Presbitérios e Sínodos da IPI em março de 2025, quando quase 90 participantes, junto à Diretoria da AG, refletiram sobre os caminhos para a missão em tempos pós-pandemia – Desafios à Transformação. Questões como “Devo tentar voltar ao que fazia antes?”; “Devo aproveitar para mudar tudo?”; ou “Que tipo de igreja quero ajudar a construir no futuro?” foram levantadas, sugerindo que talvez estejamos em tempo oportuno para repensar o como ser “Igreja Reformada, sempre se reformando” em nosso país.

A missão dada por Jesus à Igreja, sintetizada na tarefa de “fazer discípulos”, nos convida a refletir sobre como imitá-Lo. Embora pareça simplista, essa verdade é desafiadora. Antes de delegar a Grande Comissão aos doze discípulos, Jesus nos exemplificou em sua própria vida sobre como realizá-la. Ele não apenas fez discípulos, mas estabeleceu um “processo de discipulado” que capacitou e multiplicou líderes, assegurando que a missão fosse cumprida. Importante notar que Jesus não criou uma estrutura organizacional para a missão; ao invés disso, as estruturas emergiram naturalmente na própria caminhada do fazer discípulos.

Com isso em mente, a IPI do Brasil está iniciando um trabalho colaborativo com todos os 62 presbitérios para repensar o planejamento da IPI do Brasil para o futuro. Deus nos chama a sermos agentes de transformação em nossa geração (Rm 12.1-2) e o bom êxito dessa missão, dentre outras coisas, depende das perguntas que escolheremos enfrentar neste novo momento. Nos próximos meses, os presbitérios poderão participar de um programa de planejamento específico para cada região.

Precisaremos explorar conceitos de como desenvolver igrejas simples, missionais, discipuladoras e transformadoras. É fundamental que nos equipemos com uma visão futura que nos conduza na direção do cumprimento da missão de Deus. Para isso, devemos aproveitar a reflexão sobre nossa história, teologia e fundamentos, e buscarmos interpretar o que Deus está realizando em nossos dias. Unidos, desenvolvermos propostas para um futuro que promova a formação de novos discípulos com vistas à transformação do mundo em que vivemos. Em breve, traremos mais informações sobre esse processo. 

Que possamos ser resposta da oração de Jesus (João 17.21-23): vamos nos unir para fazer com que o mundo creia. Que Deus nos dirija e nos abençoe na missão de fazermos mais discípulos de Cristo Jesus!

Foto de Wellington Camargo

Wellington Camargo

Secretário Geral da IPI do Brasil

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