Complicado ou Complexo

Entender essa diferença muda sua forma de resolver problemas

Em momentos desafiadores, costumamos buscar respostas rápidas. Mas antes de resolver, é preciso fazer a pergunta certa: o problema é complicado ou complexo? Essa distinção mudou minha forma de liderar, e pode mudar a sua também.

Eu vivo e já vivi isso algumas vezes. Desafios que geram semanas de reuniões, análises e ansiedade. E entendi que no fim, a resposta vem de onde menos esperávamos: de uma solução simples, quase óbvia. Mas só conseguimos enxergá-la depois que paramos de complicar o que, na verdade, era complexo, e exigia uma outra abordagem.

A diferença essencial

A palavra “complicado” vem do latim complicare, que significa “dobrar, enrolar”. É como um novelo: pode dar trabalho, mas se desfaz com técnica e paciência. Já o “complexo” vem de complector, “abraçar, entrelaçar”. E aí, a lógica se desfaz: não basta desfazer os nós, porque eles se movem enquanto você tenta.

Um motor de avião é complicado. O tráfego aéreo é complexo.

Liderar no século XXI nos levou a um novo patamar de desafios. A pandemia da Covid-19 foi um exemplo disso: os líderes mais preparados não foram os que tinham manuais prontos, mas os que souberam escutar, adaptar, reagir e aprender — às vezes tudo ao mesmo tempo.

Os problemas complexos mudam enquanto você tenta entendê-los. E hoje, com as tensões geopolíticas, os avanços da IA e tantas outras questões, quase tudo o que enfrentamos no mundo dos negócios se tornou complexo. Quando tentamos aplicar soluções lineares, lógicas e metódicas a problemas complexos, só aumentamos a frustração. Não se trata de “resolver”, mas de navegar.

Uma nova forma de liderar

Jesus tinha a missão mais complexa de todas, o motivo de toda a esperança: a salvação da humanidade. Ele não apenas desatou os nós, mas criou um padrão de solução para o problema mais antigo do ser humano, sua relação com Deus. Por meio de uma liderança gentil, apaixonada e participativa, Cristo trouxe uma nova forma de liderar: com presença, integridade, compaixão e esperança.

O que líderes podem fazer

Inspirado por um estudo recente da Harvard Business School, quero compartilhar algumas atitudes que têm me ajudado a lidar com a complexidade:

  1. Voltar à essência: Missão e valores são o norte em meio à neblina.
  2. Entender o todo: Problemas complexos pedem visão de contexto, não só técnica.
  3. Adaptar com frequência: A resposta de hoje pode não funcionar amanhã.
  4. Ouvir em tempo real: Feedback contínuo é uma bússola.
  5. Incluir vozes diversas: Nenhum líder resolve sozinho o que é coletivo.

William Victor Kendrick de Matos Silva

É membro da 1ª IPI de Maringá, PR. Como CEO da Vitru Educação, lidera mais de 10 mil colaboradores a serviço de 1 milhão de alunos em duas universidades: UniCesumar e Uniasselvi.

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