A relevância histórica da IPI do Brasil e sua missão social contemporânea

A IPI do Brasil tem desempenhado, ao longo de sua trajetória, um papel fundamental na promoção da justiça social, como expressão...

 

A IPI do Brasil tem desempenhado, ao longo de sua trajetória, um papel fundamental na promoção da justiça social, como expressão de sua fé cristã. 

Uma marca forte é sua atuação diaconal, com projetos voltados à transformação de vidas e ao cuidado com as populações mais vulneráveis. São projetos, que surgiram e cresceram de maneira exponencial ao longo das décadas e que refletem o compromisso da igreja com o amor ao próximo e com a construção de um Brasil mais justo e solidário.

 

O passado de transformação social

Na década de 1980, a IPI do Brasil estava apenas começando a expandir suas iniciativas sociais, liderada pelo Rev. Valdomiro Pires de Oliveira, então secretário de Diaconia e Ação Social. Quando assumiu a Secretaria, a IPI do Brasil contava com poucos projetos sociais, incluindo a Casa Betel, em Sorocaba. 

Inspirados pelo lema “Cada Igreja Um Projeto Social”, a meta era ambiciosa, mas alcançável. Em 1988, já existiam cerca de 200 projetos espalhados pelo Brasil.

“Esses projetos eram de creches, reforço escolar, orfanatos, apoio a dependentes de drogas e HIV, entre outros. Eles demonstraram a força da diaconia como o braço de amor da igreja”, relembra o Rev. Valdomiro. 

Um dos projetos mais emblemáticos foi o trabalho com crianças de rua no Cemitério da Paz, em São Paulo, onde elas aprendiam a plantar e cultivar alimentos, promovendo a autossuficiência e o fortalecimento de suas famílias.

Outro exemplo foi o projeto de reforço escolar na IPI do Sacomã, que, em parceria com a prefeitura, deu origem a quatro unidades que atendem hoje mais de 500 crianças, em sua maioria da Comunidade de Heliópolis. 

Esses marcos foram exemplos claros de como a IPI do Brasil, através da ação social, impactou positivamente diversas comunidades em todo o Brasil.

 

A profissionalização e as mudanças sociais

Com o passar do tempo, fatores externos e mudanças na dinâmica social e política do Brasil desafiaram a continuidade e a expansão dos projetos. 

Durante a década de 1990, políticas governamentais como o Bolsa Família passaram a oferecer assistência direta às populações vulneráveis, o que, de certa forma, desmotivou algumas igrejas a manterem suas iniciativas. 

Além disso, administrações municipais, mais alinhadas a ideologias seculares, impuseram restrições ao uso de cânticos cristãos e orações nos convênios, enfraquecendo o vínculo entre serviço social e evangelização.

“O Estado passou a assumir parte do trabalho social, mas a igreja precisa continuar mostrando o amor de Cristo de forma prática, conquistando corações e fortalecendo a fé”, afirma o Rev. Valdomiro, refletindo sobre os desafios enfrentados pela IPI do Brasil. Para ele, apesar das dificuldades de adaptação às novas exigências de profissionalismo e investimentos financeiros, os valores centrais da IPI do Brasil – amor ao próximo, solidariedade e transformação – permanecem sólidos. “A diaconia ainda pode ser um poderoso instrumento de evangelização e transformação”, conclui.

 

O legado social da IPI do Brasil

Com o compromisso de continuar o legado de ação social iniciado nos anos 1980, a IPI do Brasil se adaptou aos tempos modernos, com projetos que não apenas atendem às necessidades materiais, mas também respondem aos desafios espirituais e emocionais da sociedade contemporânea. 

Sob a liderança da Rev. Ieda Cristina Rebouças, a Secretaria Nacional de Ação Social e Diaconia tem dado continuidade a esse trabalho transformador, enfrentando os desafios de um mundo plural e desigual.

“A diaconia é uma expressão viva do amor ao próximo e pode ser um poderoso instrumento de salvação de vidas e crescimento da igreja”, afirma a Rev. Ieda, que destaca projetos como o Despertar da Família IPIB e o Espaço Gourmet da IPI do Brasil, que promovem a recuperação de dependentes químicos e a capacitação de mulheres, respectivamente.

Além disso, a IPI do Brasil tem investido em novos projetos, como o Curso de Capacitação de Diaconia, em parceria com a FATIPI e a Fundação Eduardo Carlos Pereira, para fortalecer o chamado diaconal em todas as igrejas locais, e o Programa Igreja Amiga da Natureza, coordenado pelo Rev. Aparício Soares de Carvalho, que promove a preservação ambiental. 

Estes são apenas alguns exemplos do esforço da IPI do Brasil em continuar a ser uma referência de solidariedade e cuidado.

 

Diaconia, inclusão e a igreja do futuro

À medida que a sociedade brasileira se transforma, com desafios econômicos, sociais e culturais cada vez mais complexos, a IPI do Brasil busca renovar sua missão de evangelização e ação social. 

Para o Rev. Caio Batista, pastor da Hub Morumbi e secretário de evangelização da IPI do Brasil, a igreja deve entender as dinâmicas que moldam a vida das pessoas hoje, desde as mudanças nas rotinas diárias até as questões sociais que afetam as famílias.

“Precisamos de uma missão integrativa que envolva todas as faixas etárias, desde as crianças até os idosos. Esse é o desafio significativo para os próximos anos”, afirma o Rev. Caio, destacando a importância de integrar diferentes gerações na vida e missão da igreja. Para ele, é fundamental que a IPI do Brasil se abra para as novas demandas sociais, criando espaços de diálogo e compreensão com as novas gerações, especialmente com os jovens.

 

Um legado de esperança e ação

A história da IPI do Brasil é um testemunho do poder transformador da fé quando aliada à ação social. De projetos pioneiros na década de 1980 a iniciativas contemporâneas que respondem aos desafios do Brasil moderno, a IPI do Brasil tem sido uma força de transformação, guiada pelos princípios cristãos de amor, solidariedade e justiça.

Sob a liderança da Rev. Ieda Cristina Rebouças e outros pastores, a igreja continua sua trajetória de servir ao próximo, promovendo um Brasil mais justo, acolhedor e solidário. O futuro da IPI do Brasil, no entanto, depende de sua capacidade de se adaptar e inovar, sem perder os valores que sempre a definiram.

Foto de Sheila Amorim

Sheila Amorim

Membro da IPI de Cidade Patriarca, São Paulo, SP, editora da Revistas Vida e Caminho, e diagramadora do jornal O Estandarte

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