A redenção

Estreou no dia 12/12/2024 nas salas da rede cinemark o filme: “ A Redenção: a história real de Bonhoeffer”. Em inglês o título é: “Bonhoeffer...

Estreou no dia 12/12/2024 nas salas da rede cinemark o filme: “ A Redenção: a história real de Bonhoeffer”. 

Em inglês o título é: “Bonhoeffer: pastor, spy, assassin” (Bonhoeffer:pastor, espião e assassino). 

Dietrich Bonhoeffer (1906-1945) foi um teólogo e pastor luterano alemão que se destacou por sua resistência ao regime nazista. 

Nascido em Breslávia, Alemanha, Bonhoeffer estudou teologia e se tornou pastor luterano, além de professor universitário. Ele se opôs veementemente ao nazismo e à perseguição aos judeus, participando ativamente da resistência alemã e conspirando para assassinar Hitler. 

Foi preso pela Gestapo em 1943 e executado em um campo de concentração em 1945, pouco antes do fim da Segunda Guerra Mundial. 

Bonhoeffer é lembrado por sua coragem, seu compromisso com a justiça social e suas reflexões teológicas sobre o cristianismo em um mundo secularizado, expressas em obras como “Discipulado” e “Ética”.

O filme mostra a formação familiar de Bonhoeffer, principalmente o papel de sua mãe, percorre sua formação acadêmica e o início do ministério pastoral pastor até seu envolvimento na resistência alemã e na conspiração para assassinar Hitler.

O primeiro ponto que destaco na trama é a ascensão do nazismo na Alemanha e a crescente perseguição aos judeus. É possível perceber como as igrejas cristãs se deixaram seduzir pela falsa “moralidade” trazida pelo nazismo e pelo discurso idólatra de amor à pátria.

A produção cinematográfica “Bonhoeffer: pastor, spy, assassin” dá um bom espaço para o dilema moral quando Bonhoeffer se vê dividido entre seus princípios pacifistas e a necessidade de agir contra a crescente ameaça do nazismo. 

Ele questiona se a violência pode ser justificada em nome da justiça e da proteção dos inocentes. Até que ponto a obediência ao Estado é a vontade de Deus para o cristão, é uma questão que perpassa a trama.

O envolvimento de Bonhoeffer na criação e direção, no ano de 1935, do seminário teológico clandestino de Finkenwalde, na Pomerânia, recebeu um bom destaque. 

O seminário funcionou até ser fechado pelos nazistas em 1937. Finkenwalde foi uma iniciativa da Igreja Confessante e mostra a importância da educação teológica quando as ideologias políticas seduzem a igreja roubando o lugar do evangelho.

Um ponto pouco conhecido da vida de teólogo alemão martirizado pelos nazistas é sua passagem pelos Estados Unidos.  Notadamente as Igrejas Negras exerceram forte influência sobre o teólogo alemão. A alegria e piedade que encontrou nessas comunidades de fé enriqueceram sua vida e reflexão teológica. Todavia, ele reprovou o racismo que viu nos Estados Unidos e se escandalizou com o silêncio e apoio das igrejas evangélicas à segregação racial.

O filme tem momentos de boa música quando Bonhoeffer, com ajuda de um amigo negro, descobre “as igrejas sem campanários” de Nova Iorque. Eram bares onde jazzistas negros tocavam e cantavam. Esses momentos trouxeram leveza para um filme que trata de um dos períodos mais vergonhosos para parte da igreja cristã e sombrios da humanidade.

Rev. Prof. Valdinei Ferreira, professor da FATIPI

Compartilhe este conteúdo. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Conteúdo Gratuito

Notícias Relacionadas

Categorias

Seções

Artigos por Edições

Artigos mais populares

Não Existem mais Posts para Exibir
Política de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos fornecer a melhor experiência possível para o usuário. As informações dos cookies são armazenadas no seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajuda a nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.